Para convencer Álvaro Cassuto a escrever uma obra para banda, Silva Dionísio convida-o a assistir a um concerto da Banda Música da Sociedade Filarmónica Humanitária de Palmela. Impressionado com a prestação da banda, Cassuto decide escrever Homenagem ao Povo. A peça está claramente estruturada sob a forma de uma rapsódia composta de 6 temas tradicionais, de diversas regiões portuguesas, que foram transcritos pelo autor a partir, por exemplo, dos discos da Antologia da Música Regional Portuguesa resultado da recolha levada a cabo por Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça. Ao fazer uso de música tradicional foi intenção explícita do autor por um lado prestar homenagem à capacidade criativa do povo português e ao mesmo tempo garantir, por força desses temas, uma fácil identificação dos possíveis intérpretes, leia-se músicos das bandas amadoras, com o conteúdo musical da obra. A peça viria a ser concluída a 10 de Junho de 1977 e dedicada "Ao Maestro Silva Dionísio em agradecimento pelos seus conselhos; à Banda de Música da Sociedade Filarmónica Humanitária de Palmela, com apreço; e ao Povo de Portugal, modesta homenagem". Do ponto de vista editorial a obra apresenta desde algumas notas erradas, incongruências em dinâmicas e articulações até problemas mais graves que se prendem com opções de instrumentação, sobretudo nas diferentes vozes dos clarinetes, com dobragens de vozes no registo mais agudo, reforçadas por vezes com o uníssono de flauta e flautim o que tornava certas passagens da obra impraticáveis de forma aceitável sobretudo por instrumentistas amadores. Em 1992 foi feita uma nova instrumentação da obra, pelo maestro José Eduardo Ferreira da Banda dos Loureiros de Palmela, com significativas alterações à instrumentação original, tendo a obra sido estreada dessa forma nesse mesmo ano. A estreia de uma versão revista da orquestração original, com a colaboração do autor, foi feita em Outubro de 2008 pela Banda da União Filarmónica do Troviscal.