Obra encomendada pela Banda da AIRA - Associação de Instrução e Recreio Angejense, com colaboração da Junta de Freguesia de Angeja, para as comemorações dos 500 anos do Foral de Angeja.

"Era uma manhã de neblina em Angeja, um pouco de vento começava a dar vida às suas colinas e no rio a água escorria por entre as pedras.
As pessoas começavam-se a levantar e à memória vinham os seus entes queridos que partiram para além mar, à descoberta do novo mundo.
Em Lisboa o Rei acabara de acordar, as suas trompetes tocavam no Terreiro do Paço e todas as pessoas o saudavam cantando e dançando.
A meio da manhã os angejenses dirigiam-se ao templo, à capela de Santa Ana, para as suas orações. Ao mesmo tempo em Lisboa era redigido o Foral de Angeja.
Os festejos começam, cada angejense sente brio na sua terra por este foral embora haja quem não goste e tente mostrar aos seus conterrâneos que este foral pode não agradar. Ninguém quer acreditar portanto saem todos para a festa, o povo começa a juntar-se no centro de Angeja cantando e dançando ao som das flautas, das gaitas, dos tambores. A festa está cada vez mais divertida mas a cevada está quase acabar, começa o desentendimento e a confusão a instalar-se.
No meio, os mais sóbrios começam a perguntar, "será que o foral nos vai trazer uma vida melhor?"
Começam a fazer contas, os impostos aumentaram, é insustentável, vão ter que reclamar e não jurar o foral.
O dia está acabar, os últimos raios de sol que refletem no rio dão grandiosidade a Angeja, a Rainha do Vouga."

Ao longo de toda a obra são utilizadas três peças desta época:

. Pedro Escobar - Passame por dios barquero (Cancioneiro de Elvas - 57)
. Anónimo - Señora bem poderey (Cancioneiro de Elvas - 41)
. Rei Afonso X (?) - Quen a Omagen da virgen (Cantigas de Santa Maria - 353)