I. Labirinto (saxofone soprano, solista)

II. Minotauro (saxofone barítono, solista)

O Caminho de Teseu - dois quadros para saxofone e orquestra de sopros, foi escrito em resposta a um desafio do meu querido amigo Alberto Roque, quando completou os seus 50 anos. A estreia realizou-se a 25 de Maio de 2018, dia em que celebrou mais um aniversário, num concerto em que Alberto Roque foi acompanhado pela Orquestra de Sopros da ESML sob direcção de Jean-Marc Burfin.

Mas existem mais desafios nesta partitura. Para além da associação óbvia ao confronto de Teseu com o Minotauro no Labirinto de Creta, esta partitura lança também um desafio ao intérprete solista, não apenas pela dificuldade técnica e pelo esforço que lhe é exigido, mas também por este ter de criar dois registos expressivos contrastantes, tocando dois instrumentos diferentes: saxofone soprano, no primeiro andamento, e saxofone barítono, no segundo. Outro desafio no processo de escrita propriamente dito, foi o facto de esta ter sido a minha primeira experiência de composição para orquestra de sopros.

Nos dois andamentos, recuperei material de outras peças, adaptando-o e expandindo-o para esta instrumentação. Assim, o primeiro andamento - Labirinto - foi construído a partir de outra peça homónima, para clarinete e ensemble de câmara, que escrevi em 2006 para o clarinetista Nuno Pinto e a Camerata Senza Misura. Já no segundo andamento - Minotauro - tomei como ponto de partida uma breve peça que escrevi em 2016 para um bailado do coreógrafo Victor Hugo Pontes.

Estes dois caminhos surgem cruzados nesta nova partitura dedicada ao Alberto Roque, a quem muito agradeço o seu precioso empenho, generosidade e entusiasmo.

(Obs.: Idealmente, O Caminho de Teseu, deve ser interpretado na versão integral. Contudo, cada quadro pode ser também apresentado separadamente. Na versão completa, cada andamento poderá ainda ser tocado com um solista diferente.)

©Luís Tinoco