As histórias antigas estão sempre repletas de lendas mas também há sempre um pouco de verdade nas mesmas. Em todas as visitas que fiz ao arquipélago dos Açores, sendo que a Terceira foi a primeira ilha que visitei, imaginei sempre como teria sido a vida dos primeiros colonos da ilha, a força e o carácter para desbravar e tornar habitual e sua uma ilha de beleza natural, que contudo manteve em harmonia essa beleza em conjunto com a vida do homem.
Sendo que li que foi em Porto Judeu que foi feito o primeiro povoamento da ilha, o imaginário desta pequena peça tem isso em mente.
Depois das fanfarras que anunciam a típica expressão de "terra à vista", segue-se a melodia principal, da esperança que se torna curta face às adversidades.
A música torna-se mais dura e isso torna as pessoas mais rijas, moldando o seu carácter. Algo ajudou estás gentes, a sua fé e ouve-se ao longe num trompete o canto da Charamba, que teve uma vez primeira a sua estreia neste auditório para o mar que é Porto Judeu. No final, temos um pouco da paisagem de hoje, os verdes prados pintados de manchas pretas e brancas, a beleza natural feita com trabalho de muitas gentes que do mar fez a sua terra.
Encomenda da Associação Cultural do Porto Judeu para o seu X Festival de Bandas Filarmónicas. A peça foi estreada nesse evento pelo maestro Artur Rouquina.
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