António Fortunato de Sousa

Nasceu no Montijo a 2 de abril de 1914, começando, ainda muito jovem, a sua formação musical na escola de música da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, onde aprendeu a tocar saxofone contralto. Rumou para norte, vivendo na cidade do Porto, onde conheceu a sua esposa, voltando juntos a sul.

Em 1933 alistou-se na Banda da Armada Portuguesa, como voluntário, na classe de músico. A partir de 1935 frequentou a Escola de Música do Conservatório Nacional, onde se formou em saxofone - com média de 20 valores - e ainda em violino, sendo-lhe atribuído em 1937 o Prémio do Conservatório, com o pianista Vianna da Mota no júri.

Ficou na Banda da Armada até à reforma, em 1974, com o posto de 1.º Tenente, tendo chegado a assumir a posição de Subchefe da Banda. Em 1956 é convidado a dirigir a Banda da Sociedade Filarmónica União Seixalense - "Os Prussianos", tendo, não só, continuado o legado do anterior maestro Marcos Romão dos Reis Júnior, como também ter criado uma pedagogia exemplar de orquestrar e transcrever peças originais para orquestra ou banda sinfónica, adaptando-as a uma banda civil ou filarmónica, para que esta fosse corretamente executada.

Tinha o cuidado de escrever a história da obra ou o seu ponto de vista acerca da mesma na partitura que copiava. Compositor nato, António Fortunato de Sousa, escreveu originais seus para a Banda da União Seixalense, tais como a marcha "O Veterano - Adelino Lopes", a fantasia para trompete "Dulce" ou a abertura "Gratidão" - homenageando assim as gentes da coletividade, compondo ainda obras reconhecidas nacionalmente, como a "Rapsódia Portuguesa nº1", a suite "Quadros Portugueses" ou a abertura "Lusitânia", estreadas pela Banda da União Seixalense, servindo assim de molde para eventuais correções antes da estreia oficial das mesmas, quer na Banda da União Seixalense, quer na Banda da Armada Portuguesa, onde também era maestro e compositor.

Para além da banda, dirigiu e orquestrou canções para o Grupo Cénico da União Seixalense, ajudando sempre nos eventos culturais da coletividade. Em 1969, o seu trabalho como maestro da Banda da Armada Portuguesa intensifica-se, tendo de deixar a regência da Banda da União, embora visitasse regularmente a coletividade e continuasse a compor para a banda, como a marcha "Centenário" para os festejos da União em 1971.

Mais tarde, dirige a banda onde começou a sua vida musical, no Montijo, tendo falecido em Lisboa em novembro de 1989, na sua casa da Avenida João XXI, deixando todo o seu legado hoje conhecido nas duas filarmónicas que dirigiu, contando a União Seixalense com cerca de 50 obras escritas por si, entre originais, cópias e arranjos.

Catálogo

Marcha de Concerto
Rapsódia
Suite