José da Silva Marques

José Silva Marques nasceu no Porto a 10 Março de 1888. Em 1894 entra para o Asilo do Terço no Porto onde aprende música integrado na banda aí criada em 1891 pelo provedor Delfim Leal. Em 1908 assenta praça como soldado no Regimento de Infantaria 6 na cidade do Porto mas a sua carreira como músico militar apenas começa a tomar forma a partir de 1918 quando ingressa, como aprendiz, na banda do Batalhão de Infantaria 5 em Lisboa. Em 1920, depois de prestar provas, incorporar-se na Banda da Guarda Nacional Republicana como trompista e aí permanece até 1937. Continuou no entanto a sua carreira de instrumentista integrando, por exemplo, a Orquestra Sinfónica Portugueza da Emissora Nacional e a Orquestra Sinfónica do Porto. Enquanto intérprete desenvolveu ainda carreira como maestro de banda tendo-se destacado nesta faceta na direcção da Banda da Sociedade Filarmónica Palmelense "Loureiros" e da Banda da Sociedade Euterpe Alhandrense. É no entanto como compositor que José da Silva Marques viria a ficar conhecido. Seguindo de certa forma a tradição de muitos compositores da sua época, Silva Marques baseia muitas das suas obras, sobretudo as peças de concerto, na linguagem melódica tradicional e popular portuguesa, algo que está bem presente nos títulos de muitas das suas obras mais conhecidas: Capricho Varino, Panorama Lusíada, Serranesca, Rapsódia Portuguesa, Rosário de Fados, Rapsódia Ribeirinha, etc. É no entanto na atenção dada ao tratamento motivístico e na forma de trabalhar harmonicamente estas melodias de inspiração popular que Silva Marques se destaca de compositores da geração anterior. A relevância do seu contributo para a produção musical para banda é evidente quando, por exemplo, o Maestro Silva Dionísio escolhe quatro obras de Silva Marques para integrarem os programas que a Banda da Guarda Nacional Republicana apresenta na sua digressão ao Brasil em 1965 ombreando com outros compositores portugueses como Armando José Fernandes, Álvaro Cassuto ou Joly Braga Santos. Silva Marques viria a falecer em Lisboa a 23 de Agosto de 1955.

A edição usada na gravação aqui apresentada partiu de uma partitura impressa, editada pela casa Custódio Cardoso Pereira, complementada por elementos retirados da partitura presente no arquivo da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana

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